Rabiscos do Silêncio - Desnorteando as invasões
- Portela Online
- 25 de fev.
- 3 min de leitura

Analisando o nítido saber sobre tudo o que se move e nos faz moventes numa vida agitada em movimentos pela sobrevivência, jogados pela modernidade, parece que a passagem do tempo tornou-se insuficiente para a convivência familiar, entre amigos e para Deus.
Estamos sempre agitados e agitando outras pessoas num corre-corre sem procedência, a distância se tornou algo muito junto de nós e a presença se fez muito distante de nós mesmos. Tudo isso nos remete a uma reflexão profunda sobre nossas ocupações desordenadas pela sobrevivência.
É natural que com todas essas descobertas e inovações nas tecnologias, ficamos em apuros com nós mesmos, com as pessoas e também diante da sociedade, mas é preciso valorizar o ser em detrimento do ter, e de uma maneira diferente. Dar sentido a nossa existência, pois a Terra com sua forma de ser não pode ter a sua identidade anulada por ações humanas que desfazem a presença de matas, produção orgânica e poluem as águas, solo e ar, dando vazão ao aquecimento global.
È essencial ver a natureza como algo presente, aproximando o ser com a relação ao ter natural que ela merece, pois até a década de 90 havia uma maior concentração de valores sobre o que a terra produz na sua essência e enquanto isso na Europa, mais precisamente, na China, Japão e Estados Unidos esvaziou-se o ser e valorizou-se mais o ter. Naquele tempo, já por aqui se comentava nas escolas, faculdades, entre amigos, igrejas, de que lá nesses países as pessoas viviam centradas nos seus trabalhos, sem tempo para a convivência.
Aos poucos essa centralização do trabalho tornou-se algo universal na produção de alimentos, na industrialização de bens de consumo tudo levado pelo imediatismo, “consumo, logo sou”, tudo guiado pela data de validade e dirigidos por esse mundo da globalização no corre-corre sem precedente na tecnologia da modernidade.
E com essa modernidade tecnológica, que é importante, sem dúvida, esquecemos de cuidar da natureza. Ela, na sua forma de ser é exigente juntamente com as leis do universo e nós não podemos fugir dessas leis, não cuidando da reciclagem e do destino certo do lixo, provocando as queimadas em pequenas e grandes proporções, pois tudo isso sufoca a respiração da Terra, o próprio ar, tranca as suas veias que são rios, sangas e fontes de água. Fere a sua pele com a desfiguração do seu rosto pelo desrespeito às matas e seus solos.
Não se pode ignorar a advertência que a Terra na sua forma envia através de vírus, doenças relacionadas ao clima, secas prolongadas, enchentes e temperaturas acima da média. São esses sinais provocações em decorrência das ações humanas que nos últimos anos diminuíram a produção de oxigênio (02) para a formação de gás carbônico (CO2). Feriu-se a camada de ozônio com tudo desordenado e sem segurança ambiental.
É preciso voltar a somar ideias com ideais que colaborem com a estabilidade das temperaturas, distribuição das chuvas regulares, fazendo das tecnologias aliadas à conservação dos solos, água e ar no oferecimento de condições favoráveis para um novo olhar sobre o jeito natural que a Terra necessita ter. Não sufocar a natureza com a extração excessiva dos bens naturais que ela possui, pois falar em “adaptações climáticas” sem mudanças de atitudes na consciência é fugir da responsabilidade do amor que precisa acontecer na humanidade no respeito pelo meio ambiente.
Mas também é imprescindível exigir dos países Europeus que ajudem a transformar as tecnologias em preservação, pois o que aconteceu foi uma invasão na cultura do mundo inteiro, com isso o planeta Terra tornou-se pequeno, sem planejamento e com muita exploração. Também é necessário preencher o vazio das pessoas pelos caminhos de Deus, sendo presença de esperança no agir transformador da prática, em uma cultura de mãos dadas pela salvação do planeta Terra, nossa casa.
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