Morre Brigitte Bardot, ícone do cinema internacional e defensora da causa animal
- dinizbenitesmarcos
- há 2 dias
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Ícone do cinema internacional, a atriz Brigitte Bardot morreu neste domingo (28) aos 91 anos. Embora a artista francesa tenha sido internada recentemente, em novembro, a causa da morte não foi revelada.
A morte foi anunciada pela Fundação Brigitte Bardot, instituição criada pela atriz em 1986 para defender a causa dos direitos dos animal. Na época, ela abandonou a carreira artística para se dedicar ao financiamento e fomento da causa.
"A Fundação Brigitte Bardot anuncia com imensa tristeza o falecimento de sua fundadora e presidente, a senhora Brigitte Bardot, atriz e cantora mundialmente reconhecida, que decidiu abandonar sua prestigiosa carreira para dedicar sua vida e sua energia à defesa dos animais de sua Fundação", indicou um comunicado enviado à AFP, sem precisar do dia nem do lugar do falecimento.
Brigitte foi lançada como símbolo sexual ao protagonizar E Deus Criou a Mulher (1956), longa de Roger Vadim – seu primeiro marido. O sucesso como Juliette à alçou ao mundo.
Também estrelou O Desprezo (1963), além de atuar em 50 filmes. A atriz estabeleceu um estilo de vestir simples e sensual que ganhou o mundo.
O presidente da França, Emmanuel Macron, descreveu Brigitte como "uma lenda" que "personificava uma vida de liberdade". Em nota na rede social X, ele lamentou a morte da atriz.
"Seus filmes, sua voz, sua fama deslumbrante, suas iniciais, suas tristezas, sua generosa paixão pelos animais, o rosto que se tornou Marianne – Brigitte Bardot personificava uma vida de liberdade. Uma existência francesa, um brilho universal. Ela nos tocou. Lamentamos a perda de uma lenda do século", escreveu.
Longe das câmeras
Em meados da década de 1970, a atriz decidiu abandonar o cinema e se dedicar a outra causa: os direitos dos animais. Com sede em Paris, na França, a Fundação Brigitte Bardot é reconhecida como uma entidade de utilidade pública.
Nos últimos anos, a atriz causou controvérsia com suas declarações sobre política, imigração e caça. Algumas delas resultaram em condenações por difamação.
"Liberdade é ser você mesmo, mesmo quando isso incomoda as pessoas", escreveu no epílogo de um livro intitulado Mon BBcédaire, publicado na França em outubro.
No livro, Brigitte também afirmou que seu país se tornou "sombrio, triste, submisso, doente, danificado, devastado, comum, vulgar...". A direita é o "único remédio urgente para a agonia" da França, acrescentou a artista, que afirmou sua proximidade com a política de extrema-direita Marine Le Pen.
Em seus últimos anos, Bardot viveu no sul da França, entre sua famosa residência La Madrague e uma segunda casa escondida na vegetação, La Garrigue, que abriga animais e uma capela particular.
Em entrevista concedida em maio deste ano à emissora francesa BFMTV, Brigitte confessou que ansiava por "paz e natureza".
— Agora vivo como uma fazendeira com minhas ovelhas, minhas cabras, meus porcos, meu burro e meu pônei, todos os meus cachorros, meus gatos — declarou a atriz, que disse não ter "nem celular nem computador".
Brigitte era casada com Bernard d'Ormale desde 1992. Antes disso, teve outros quatro casamentos: com Roger Vadim (1952–1957), Jacques Charrier (1959–1962) e Gunter Sachs (1966–1969).
Foi mãe de Nicolas-Jacques, nascido em 1960, fruto do relacionamento com Jacques Charrier, que foi criado pela família do pai e reatou a relação com Brigitte apenas em 1996. Alguns anos depois, refletiu sobre a maternidade.
— Não fui feita para ser mãe. Adoro animais e crianças, mas nunca fui adulta o suficiente para cuidar de uma criança — declarou após o nascimento do filho, segundo o O Globo.
Estátua no Rio de Janeiro
Estrela mundial, Brigitte auxiliou a impulsionar Búzios, no Rio de Janeiro, como um dos mais procurados pontos turísticos do Brasil. Ela visitou a cidade duas vezes, o suficiente para ser homenageada com uma estátua e virar cidadã honorária.
Em sua primeira visita, entre janeiro e abril de 1964, hospedou-se em uma humilde residência na Praia de Manguinhos. Namorada do brasileiro-marroquino Bob Zagury na época, buscava tranquilidade no Brasil.
Na época de sua visita ao Brasil, Búzios era um pequeno vilarejo de pescadores, de difícil acesso. O local se tornou um ponto turístico procurado por estrangeiros após a passagem de Brigitte, que voltou a Búzios entre dezembro de 1964 e 1965.
"Não me importo com a velhice"
Em 2024, ao completar 90 anos, Brigitte afirmou não pensar na idade e que "todos os dias são iguais".
— Para mim todos os dias são iguais... Encaro-os com a mesma facilidade de antes. Vejo o tempo passar e parece que está tudo indo muito bem — declarou à AFP na época.
— Eu não me importo com a velhice. Eu nem a vi chegar! Não a sinto — concluiu.
Fonte: GZH
Foto: Eric Feferberg / AFP









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