O Rio Grande do Sul se manteve com 100% de seu território com seca entre dezembro e janeiro, confirmou a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A condição permanece consecutivamente há um ano e quatro meses no estado, desde outubro de 2020. É a segunda maior sequência do Brasil, inferior apenas ao um ano e sete meses de Mato Grosso do Sul.
Com isso, o governo do estado considera não mais um período de estiagem, mas sim de seca. A informação foi confirmada pela secretária de Agricultura do RS Silvana Covatti.
Já são 414 municípios com situação de emergência decretada, conforme a Defesa Civil estadual, o equivalente a 83,2% das cidades gaúchas. Outros quatro, incluindo Porto Alegre e Pelotas, aguardam o reconhecimento do decreto.
A falta de água em rios, no solo e em mananciais para abastecimento da população, mas que não chega a comprometer as atividades humanas e nem põe em risco a recuperação de cursos d´água, costumam ser definidos como estiagem.
Contudo, no Rio Grande do Sul, as precipitações foram abaixo da média climatológica, ocasionando a falta de água em reservatórios para geração de energia, abastecimento das populações e manutenção da atividade agrícola, característica típica de seca.
No RS, devido às chuvas abaixo da normalidade, o fenômeno se intensificou com o avanço da seca extrema de 1% para 9% do estado e com o forte aumento da área com seca grave, que saltou de 28% para 57% do território gaúcho, respectivamente no Norte e no Sudoeste do estado.
Na região das Missões, em municípios com São Luiz Gonzaga, Santo Antônio das Missões, Bossoroca e São Borja, o campo que deveria servir de pasto para o gado inexiste. Os animais costumam se deslocar, até se escondendo embaixo das árvores.
O pecuarista Jorge Alberto Dutra, que cria gado de corte entre Santo Antônio das Missões e Bossoroca, no Noroeste, tem cerca de 120 cabeças de gado. A única fonte de alimentação são as pastagens, mas elas estão secas.
Fonte: G1
Foto: Marcos Benites - MB Notícias
Comments