
A família de Daiane Griá Sales, jovem Kaingang de 14 anos, vítima de estupro e homicídio na Terra Indígena do Guarita, aguarda o julgamento do réu Dieison Corrêa Zandavalli, que acontecerá em 13 de fevereiro de 2025, no Fórum de Coronel Bicaco. O caso ganhou repercussão e mobilizou a comunidade indígena e defensores dos direitos das mulheres, que veem na morte de Daiane um exemplo das adversidades enfrentadas pelas mulheres indígenas.
A adolescente, que sonhava ser professora e ensinava a língua portuguesa para suas amigas da comunidade, foi encontrada morta em uma lavoura em julho de 2021, quatro dias após ser sequestrada e violentada por Zandavalli. O réu, preso desde o ocorrido, é acusado de estupro de vulnerável e homicídio com qualificadoras, incluindo feminicídio e meio cruel. Durante as investigações, a Polícia Civil concluiu que Zandavalli cometeu o crime sozinho, embora a família ainda questione a possível participação de outros envolvidos.
O julgamento, que será realizado no próximo mês, promete ser um marco na busca por justiça para Daiane. A família e a comunidade indígena continuam a exigir a continuidade das investigações, pois acreditam que mais pessoas podem estar envolvidas. Em preparação para o evento, estão programadas ações de mobilização, incluindo uma audiência pública e uma vigília em frente ao Fórum de Coronel Bicaco, com o objetivo de sensibilizar a sociedade e destacar a importância de combater a violência contra mulheres indígenas.
Além disso, a defesa de Zandavalli reafirmou o compromisso com o devido processo legal e espera que o júri determine a justiça de acordo com as evidências apresentadas. O julgamento será conduzido com a participação de sete jurados, e o veredito será decidido após a exposição dos depoimentos e argumentos das partes envolvidas.
O caso de Daiane Griá Sales segue sendo um símbolo de luta contra o preconceito e a violência, não apenas contra as mulheres, mas especialmente contra as mulheres indígenas, que muitas vezes enfrentam ainda mais desafios para garantir seus direitos e dignidade.
Fonte: GauchaZH
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