Após dois meses de investigação, a Polícia Civil apreendeu cerca de 20 mil comprimidos de ecstasy em um laboratório clandestino onde a droga era produzida, na zona norte de Porto Alegre. Conforme o Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), esta foi a maior apreensão da droga feita pela Polícia Civil no Estado.
A Operação Albuquerque ocorreu na noite de quinta-feira (2), e causou prejuízo estimado em R$ 2 milhões ao crime organizado. De acordo com o delegado Gabriel Borges, a investigação começou há cerca de dois meses, após as equipes realizarem uma série de prisões de suspeitos de atuar na entrega de drogas sintéticas.
O delegado afirma que a polícia observou "um aumento significativo" na circulação deste tipo de narcótico na região metropolitana de Porto Alegre, em episódios que não se limitavam à venda da droga apenas durante festas e eventos. Segundo o Denarc, historicamente, essas drogas são produzidas em grande quantidade em Santa Catarina e depois são transportadas para venda no RS. No entanto, durante a investigação, as equipes verificaram que uma produção em larga escala da droga ocorria na Região Metropolitana.
Nesta sexta-feira (3), um dos entregadores do grupo foi preso em flagrante transportando comprimidos numa motocicleta. Uma equipe de investigação se deslocou até o imóvel onde os entorpecentes seriam armazenados, local que já vinha sendo monitorado.
Trata-se de uma habitação dentro de uma pensão, na zona norte da Capital. Dentro do imóvel funcionava um laboratório clandestino, onde foram localizados e apreendidos 17.237 comprimidos de ecstasy, 3.300 cápsulas para colocação de MDMA (composto utilizado na produção da droga), meio quilo de magnésio (também usado na produção da droga), 40 ampolas contendo Ketamina, 25 porções de MDMA, corantes para coloração das drogas, ponteiras de aço para molde dos comprimidos, tubos contendo diversos compostos químicos, luvas, óculos, aventais e máscaras utilizadas para produzir a droga, um liquidificador usado na confecção do entorpecente e 4 tubos de gás volcano. Segundo a Polícia Civil, os entorpecentes eram vendidos por valores entre R$ 50 e R$ 100 a unidade. O prejuízo estimado ao crime organizado, com a apreensão, é de cerca de R$ 2 milhões.
O diretor geral do Denarc, delegado Carlos Wendt, afirma que o departamento tem focado na apreensão de drogas sintéticas, resultando na retirada de dezenas de milhares de comprimidos de ecstasy das ruas nos últimos anos.
Wendt afirma que a investigação segue em andamento, com objetivo de identificar e responsabilizar criminalmente os demais membros da facção criminosa responsável pela produção e venda da droga.
A ação integra a estratégia da Polícia Civil de intensificar a presença do Estado em áreas conflagradas em razão do tráfico de drogas, principalmente buscando a descapitalização das organizações criminosas e a responsabilização criminal das lideranças.
O chefe da Polícia Civil do Estado, delegado Fernando Sodré, explica que esse trabalho se dá por meio de "investigação criminal qualificada", com diversas apreensões de drogas.
Denúncias podem ser feitas de forma anônima ao Denarc pelo telefone 08000 518 518.
Fonte: Gaucha ZH
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