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Covid-19: Rede genômica do Butantan detecta variantes XBB.1 e CK.2.1.1 pela primeira vez no Brasil


A Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, coordenada pelo Instituto Butantan, detectou duas novas sublinhagens da cepa ômicron do vírus causador da Covid-19 pela primeira vez no Brasil, XBB.1 e CK.2.1.1. As análises foram divulgadas nesta quinta (17) e se referem a exames diagnósticos coletados entre a 42ª e a 44ª semanas epidemiológicas (16/10 a 5/10) pelos laboratórios que formam a rede genômica e realizam o sequenciamento do vírus no estado de São Paulo.


Até o momento, não há registro de sequenciamentos da XBB.1 ou da CK.2.1.1 enviados pelo Brasil ao Gisaid, plataforma que reúne informações sobre sequenciamento genômico de cepas do SARS-CoV-2 e do vírus influenza ao redor do mundo.


A amostra de XBB.1 foi encontrada na cidade de São Paulo. Essa variante é uma recombinante entre as sublinhagens BA.2.10.1 e BA.2.75 e já foi detectada em outros 35 países, contando com 2.025 sequências depositadas no Gisaid. Segundo a OMS, existem evidências preliminares que sugerem que ela pode trazer um risco maior de reinfecção, comparada a outras sublinhagens da ômicron. Por enquanto, a OMS a classifica como Variante sob Monitoramento (VUM).


Já a amostra de CK.2.1.1 foi detectada em Ribeirão Preto. Até o momento, apenas 342 sequências dessa variante haviam sido encontradas no mundo. Ela já foi identificada na Alemanha, nos Estados Unidos, na Dinamarca, na Espanha e na Áustria.


Além das novas cepas, a rede também identificou três amostras de BQ.1 e 58 de BQ.1.1: foram encontradas três amostras de BQ.1 na cidade de São Paulo; e duas amostras de BQ.1.1 na região de São José do Rio Preto, duas na cidade de Serrana e 42 na cidade de São Paulo. A BQ.1 é uma sublinhagem da BA.5 que carrega mutações na proteína Spike do vírus em certos pontos antigênicos, incluindo K444T e N460K. A BQ.1.1 é uma sublinhagem que carrega uma mutação adicional (R346T).


Os primeiros casos da variante BQ.1 no Brasil foram identificados no início de novembro e pelo menos uma morte causada pela variante BQ.1.1 da ômicron já foi registrada.


De acordo com os bioinformatas da Rede de Vigilância Genômica do Instituto Butantan Alex Ranieri e Gabriela Ribeiro, ainda é cedo para dizer se as novas variantes representam um perigo à população ou são mais resistentes às vacinas. “Não há dados sobre casos graves ou escape imune relatados. É provável que as mutações adicionais tenham acarretado em alguma vantagem de transmissão e escape imune em relação a outras sublinhagens de ômicron, mas isso necessita ser investigado”, afirma Alex.


Fonte e foto: Portal do Butantan


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