A pessoa humana é por natureza um ser ligado ao mundo que o leva e esse levar é um verbo que transcende as coisas presentes na matéria, permitindo caminhar com olhar na horizontal, em direção ao infinito.
Somos um centro móvel para todas as direções: esquerda, direita, para trás ou de proximidade e de distância. Tudo isso representa a totalidade de nós, por nós e em nós que faz com que nos lancemos para além dos objetos. A horizontalidade é o palco das realizações e das possibilidades.
Entre o céu e a terra existe uma energia que transcende a nossa inutilidade dentro da verticalidade e soma-se à própria fé, que é propriedade particular de cada um de nós. Essa energia se forma na capacidade em ver a dimensão de pertencer ao universo, de maneira objetiva, tendo ações que contemplem pensamentos abertos ao pluralismo “nós”.
Essa dimensão é importante, pois comunica a linguagem da liberdade formativa. Isso acontece quando nós permitimos que o outro seja visto na mesma intencionalidade da comunicação, na integralidade do amor, seja ele branco, preto, indígena, criança, jovem, adulto ou idoso, todos precisam ser elevados e vistos por uma horizontalidade segura e acolhidos com a representatividade de pertencentes ao universo onde tudo se completa.
Mas o exercício de acolhida nos faz abertos à dimensão da totalidade da interpretação do que somos, fazemos e praticamos, tendo a visibilidade de não perder as pessoas por ódio, ciúme ou exclusão. Essa dimensão condena e oculta essas pessoas de nossa convivência, diminuindo o potencial de transcender a capacidade de deixar que elas sejam respeitadas no ambiente em que atuam.
A sensibilidade precisa aparecer, sendo membros uns dos outros com tudo o que demostre a descoberta de si mesmo, não perturbando as pessoas com a imposição de coisas desagradáveis, que anulam a presença da dimensão de compreensão. E sim criando e refazendo relações que não tirem a paz interior das pessoas. Para isso se faz necessário buscar alternativas entre o singular “EU” ao Plural “NÓS”, na horizontalidade da presença de Deus.
A transcendência em Deus nos eleva, edifica, deixando nosso coração leve, harmonioso e iluminado, mas é necessário saber encontrar equilíbrio na emissão de bons pensamentos, com ações favoráveis que ajudem no planejamento das coisas que façam encontrar-se consigo mesmo para não perder pessoas para a exclusão, ciúme ou ódio, os quais provocam a desarmonia manchando a alma com a superfluidade das coisas deste mundo.
E nós viemos a este mundo, não acidentalmente, mas somos gerados pelo espírito sobrenatural de Deus que se faz presença na matéria, suplanta os confins dos tempos e estende- se até a horizontalidade na transcendência de nosso ser. É preciso saber buscar uma comunhão de vida, de amor e intenções em formarmos uma só família e sendo irmãos do mesmo Pai, colocando liberdade nas pessoas com luz, paz e sabedoria que nasça no interior e se propague ao infinito da nossa consciência.
Commenti